quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Craques que fizeram história no futebol de RO em 50, 60 e 70


O nosso futebol já teve seu tempo de glorias. O atual não lembra nem um pouco o auge dos anos 50, 60 e 70. Uma época em que nossos craques locais não faziam feio mesmo diante dos grandes times nacionais. Estou me referindo ao tempo do Ferroviário, Flamengo, Ypiranga e Moto. Estes quatro times revezavam os títulos do nosso futebol.

Porém, quero registrar os grandes craques que surgiram por aqui, ainda na década de 50. Craques como Simeão Tavernard, um grande goleiro, Mario Teixeira, Nézio Guimarães, Pacamon, Tracajá, Pirralho, Simão Salim, Alfredo Maia, Eduardo Lima e Silva (Dudu), Edmar Gaspar (Amigo), Rádio e outros.

Na década de 50, o palco dos grandes clássicos era o monumental Estádio Paulo Saldanha, com suas arquibancadas de madeira, situado na Pinheiro Machado entre José Bonifácio e Gonçalves Dias, onde hoje é o Clube do Ypiranga, pois ainda não existia o Estádio Aluízio Ferreira.

Os dirigentes do nosso futebol da época (cartolas) eram: Abguar de Miranda, Joaquim Rocha, Alfredo Silva, José Camacho e outros. Estes dirigentes muitas vezes assumiam a responsabilidade de garantir o “bicho” (premiação em caso de vitória) dos jogadores. Em alguns casos recorriam aos comerciantes locais que torciam por um dos times para completar essa premiação. Ninguém tinha salário. Pra receber alguma coisa tinha que vencer a partida. Os jogadores suavam a camisa literalmente. Muitas vezes pediam aos dirigentes que comprassem um guarda-roupa, um fogão ou uma geladeira, e descontavam aos poucos até quitarem à dívida.

Curioso mesmo era o apelido dos jogadores do nosso saudoso futebol, vejamos alguns: Pau Seco, Faz Tudo, Rádio, Contra Deus (o mais estranho de todos), Remédio, Macumba, Zé Doido, Pirralho, Torrado, Fiapo, Azul, Alumínio, Bodó, além dos nomes de bichos como: Pacamon, Tracajá, Bacú (abreviatura de bacurau), Periquito, Sabiá, Piranha e muitos outros.

Vale a pena lembrar também que tivemos excelentes goleiros: Inácio e Sergio Gaspar (Sevina), defendendo o Ferroviário, Carlos Alberto pelo Ypiranga e o Gainete que defendia o Moto. Destes quatro, somente o amigo Gainete já não esta mais entre nós, o “goleirão”, como costumava chama-lo nos deixou há poucos meses após um derrame. Com certeza o Gainete juntou-se a outros craques lá no “andar de cima”.

No auge do nosso futebol, exportamos muitos jogadores para outros times da região, Nacional e Fast de Manaus e também ao Remo e Paysandu de Belém. Pena que hoje nosso futebol viva só de passado... Que saudades!

Por Anísio Gorayeb

Um comentário:

  1. A globo esta de parabéns pela matéria com os meninos, acompanhando-os na Copa SP.
    Assim como eu estou muito satisfeito com essa excelente forma de produzir notícia esportiva. O Brasil é um país continente e os brasileiros precisam aprender a conhecer sua terra e seu povo.
    Espero que a Mídia inteligente, siga esse bom exemplo e vamos acabar com essa palhaçada de corporativismo, bairrismo, exlusivismo etc. Temos uma imprensa marrom em SP que é uma tragédia. São bestas feras que idolatram um determinado time porque essas emissoras produzem a irracionalidade do marketing do quem tem dinheiro manda.
    Peço a Deus que este clube Ji Parana, não abandonem os sonhos desses meninos e que desenvolvam juntamente com o esporte competição o social.

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